Construído nos anos 1970, o espaço já foi utilizado como residência antes de ser ocupado pela Agems desde 2007, e é a única obra de Artigas em Mato Grosso do Sul.
A Agência de Regulação do Mato Grosso do Sul, recebeu nesta semana, os pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), professor Rodrigo Mendes e Gabriela Lopes, para uma visita histórica ao prédio sede. A edificação é considerada uma das obras-primas da arquitetura moderna brasileira, projetada pelo renomado arquiteto João Batista VilaNova Artigas.
A visita teve como objetivo mergulhar no contexto histórico da época em que o prédio foi concebido, buscando compreender as inovações e ideais que nortearam a visão de vanguarda do arquiteto. Construído nos anos 1970, o espaço já foi utilizado como residência antes de ser ocupado pela Agems desde 2007, e é a única obra de Artigas em Mato Grosso do Sul.
“O trabalho dos pesquisadores da UFMS é fundamental para garantir a conservação dessa rica herança arquitetônica e com certeza vai possibilitar que as futuras gerações possam conhecer e apreciar essa importante parte da história do país, que por honra é a sede onde a Agems atua e tem realizado entregas inovadoras para Mato Grosso do Sul”, destaca a diretora de Inovação e relações institucionais Rejane Monteiro.
Diante da relevância histórica desse patrimônio arquitetônico, a presente pesquisa tem como objetivo registrar e documentar a produção de arquitetura moderna em Mato Grosso do Sul nas décadas de 1950 a 1980. O estudo visa estabelecer as bases para a preservação e manutenção dessas edificações, com o intuito de propor seu tombamento como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
“O trabalho se baseia em pesquisas prévias realizadas pelo professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo Ângelo Arruda, que catalogou diversos edifícios em Mato Grosso do Sul e Campo Grande. A pesquisa será atualizada e ampliada com um registro técnico realizado de acordo com as diretrizes sugeridas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)”, destaca o professor, Rodrigo Mendes.
“A preservação e reconhecimento do legado arquitetônico moderno em Mato Grosso do Sul não apenas valoriza o patrimônio cultural da região, mas também contribui para a compreensão da história e do desenvolvimento arquitetônico do Brasil como um todo”, complementa.
Arquitetura histórica
No contexto específico de Mato Grosso do Sul, a arquitetura moderna imbricou-se com a própria fundação do estado, em 1977, quando diversas autarquias estaduais e federais se instalaram em Campo Grande e outras cidades, demandando a construção de novas edificações. Nessa época, a corrente arquitetônica que se destacou foi o Brutalismo, chegando ao Brasil através de arquitetos paulistas, em oposição aos pioneiros do Modernismo conhecidos como Escola Carioca.
Arquitetos como Oscar Arine, Armênio Iranick Arakelian, Jurandir Santana Nogueira e outros foram responsáveis diretos pela introdução dos procedimentos da arquitetura brutalista em Mato Grosso do Sul. A utilização de lajes planas, concreto aparente e modulação estrutural de grandes vãos pode ser observada em obras como o teatro Glauce Rocha, o fórum de Três Lagoas, o refeitório da UFMS em Campo Grande e o edifício da Assembleia Legislativa do estado, entre outros.
Essa produção arquitetônica está intimamente ligada à constituição de Mato Grosso do Sul e desempenhou um papel importante no desenvolvimento socioeconômico da região.
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