Para o parlamentar, a educação e o setor produtivo devem andar de mãos dadas.
Por proposição do deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) reuniu, nesta segunda-feira (19), representantes de entidades públicas e privadas para discutir o Plano Nacional de Educação 2024-2034, documento que define as metas e estratégias da educação brasileira para os próximos dez anos.
Na avaliação do 1º secretário da Casa de Leis, o Plano Nacional de Educação deve estimular a educação profissionalizante para que os jovens aproveitem as oportunidades geradas pelo setor produtivo, em Mato Grosso do Sul.
“O agronegócio é a engrenagem que move a economia de Mato Grosso do Sul e esse assunto deve ser tratado quando falamos de currículo escolar. Nosso Estado está em pleno desenvolvimento e há um universo de oportunidades para quem possui qualificação profissional. E nossos jovens não podem ficar aquém dessa discussão”, ponderou.
“Precisamos discutir o Plano Nacional de Educação e colocar algumas questões de importância para o Mato Grosso do Sul, para nossa cultura, para nossa gente, para nossa produção. Precisamos mostrar às crianças o que a gente produz aqui. Isso deve estar nas apostilas, nos livros, que serão disponibilizados às crianças nos próximos dez anos”, defendeu.
Para a presidente da Associação De Olho no Material Escolar, Letícia Jacintho, o ponto central das discussões no que se refere ao agronegócio é como o setor tem sido tratado nos livros didáticos e na educação como um todo. Estudo encomendado pela Associação De Olho no Livro Didático mostrou que a atividade é muito citada no material didático brasileiro, mas de forma negativa. “Falta embasamento científico, não há fontes importantes como a Embrapa”, disse. Esse aspecto pode se acentuar no próximo PNE, conforme notou Letícia.
Ela também destacou a necessidade da ampliação do ensino profissionalizante e da aproximação da educação com o setor produtivo. “Quem participa do setor produtivo sabe como estamos precisando de profissionais capacitados. É preciso levar essa demanda às escolas e dar oportunidade aos alunos”, considerou.
Presença do agro na educação e encaminhamentos da reunião
A ênfase ao agronegócio foi consensuada entre os participantes da reunião. “Mato Grosso do Sul é o estado do agronegócio. E isso deve ser levado em consideração quando se discute o currículo. E a gente vê falas sobre o agro que não são verdadeiras, como se fosse um vilão”, comentou o secretário de Educação Hélio Queiroz Daher.
A primeira-dama Mônica Riedel falou sobre a importância da união entre o setor produtivo e a educação andarem de mãos dadas. “Quando falamos de educação, temos que considerar sua pluralidade. É um tema difícil, mas tenho certeza que juntos chegaremos mais longe”, defende.
Representando a bancada federal, o deputado Beto Pereira (PSDB) se comprometeu a discutir com os colegas deputados e senadores os pontos centrais levantados na audiência e articular para uma abordagem mais aprofundada sobre o tema, de modo a contemplar as peculiaridades de Mato Grosso do Sul no projeto que será votado pelo Congresso Nacional.
Ao final do encontro, o deputado Paulo Corrêa sintetizou pontos principais do debate e listou alguns encaminhamentos prévios. Ficou decidido que será elaborado um documento a partir das contribuições dos participantes da audiência, com a supervisão da Associação De Olho no Material Escolar. O parlamentar também sugeriu levar a discussão às prefeituras, devendo ser realizada reunião com a Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul).
No documento a ser enviado à Brasília, devem ser destacados a importância do agronegócio, a educação de qualidade e o ensino profissionalizante para atender às demandas suscitadas pelos grandes projetos e empreendimentos que avançam em Mato Grosso do Sul, como novas indústrias e a Rota Bioceânica.
A reunião também contou com a presença do prefeito Alexandrino Garcia e dos vereadores Professora Verinha, Professor Jackson e Corbari (Aral Moreira); Jeovani Vieira (Jateí), do superintendente do Sesi, Regis Borges, representantes da UFMS e da Embrapa, entre outros.
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